No início dos anos 2000 a corrupção era enraizada na Geórgia de tal forma que os cidadãos precisavam pagar propina para terem acesso aos serviços públicos.
Após a Revolução Rosa, que culminou em uma nova eleição no país, ao assumir o poder, o novo governo adotou postura de tolerância zero no combate à corrupção.
De acordo com o relatório do Banco Mundial “Combatendo à corrupção no serviço público: crônicas das reformas da Geórgia”, o governo utilizou como estratégia reforma tributária e aplicação da Justiça ao denunciar e processar autoridades que cometeram crimes de corrupção.
Também foram adotadas mudanças instantâneas como, por exemplo, a demissão de todos os policiais rodoviários em um dia.
Algumas abordagens merecem destaque: desburocratização, ampla reforma da polícia, renovação do quadro funcional e aumento de salários. Foi ainda lançado pelo governo um plano de ação e aprovada lei anticorrupção. Essa política levou à prisão de diversos empresários, servidores públicos e autoridades suspeitas de corrupção.
Sabemos que não existe fórmula mágica no combate à corrupção e que a realidade do nosso país é diferente. Dada a dimensão do território do Brasil, o prof. Nikolas Kirby sugeriu como exemplo, a instituição de ilhas de integridade: criação de cada vez mais arquipélagos de integridade até ganharem força e se transformarem em uma estrutura maior, abrangendo todo o país.
A mudança é lenta, mas é possível. A experiência da Geórgia é exemplo e dá esperança.